quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Se isto hoje fosse um café, eu um empregado chato à espera de abrir a caixa registadora e vocês clientes que aqui quisessem entrar, eu não deixava. Gritava "está fechado!" bem alto cá do fundo reclinado na cadeira, mirando o copo velho e baço pousado na mesa à minha frente. Nesta, ao lado dos meus pés, descansariam um cinzeiro brilhante, um jornal dobrado e um prato sujo de uma qualquer coisa que eu ou outra pessoa tivesse comido. Não importa o quê nem interessa o que tinha o copo, de preferência uma bebida que eu goste, podia ser amarga. E enquanto via as vossas sombras a desaparecerem pelo vidro sujo da porta, bebia do copo e depois sorria. Não quer dizer que estivesse feliz mas sorria. Não se pode ter tudo, muito menos aquilo que nunca quisemos ou sempre afastámos. Mas podemos sorrir-lhe.

Foda-se, tão depressa não volto a ouvir Bon Iver.

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