segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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Hoje até ao momento em que ia a sair de casa o dia até corria bem sem nada de anormal a assinalar. Mas claro, nunca tinha pensado nisto: os deficientes que não são assim tão deficientes que não possam ir à escola mas que também não são aptos para ter aulas normais e, portanto, têm de ir a uma associação ter aulas especiais, devem ter horários. Só que eu não os sei porque, por incrível e desprevenido que pareça, nunca tinha pensado nisto a sério. No fim da rua deparei-me com um grupo de mulheres e miúdas de mochilas às costas (tudo legal, não fossem todas um bocadinho para o atrasadinho) que vinham das aulinhas e se lembrou de me assediar. Não sei se terá sido do Handlebar mas a verdade é que, infelizmente, lhes despertei a atenção. Pensarão muitos de vós: "e qual é o problema?". O problema é que eram muitas e eu levava a música do leitor de MP3 baixinha e elas falavam muito alto e eu conseguia ouvir tudo o que diziam e tive de pôr o som mais alto e tudo. E continuarão alguns a pensar "e qual é o problema?". Não, é que ir na rua com um frio que até à Teresa Guilherme põe a bater o dente (a uma escala que não a nossa, claro) já por si é óptimo. Com um grupo de umas 15 gajas coxas vesgas gordas ou esqueléticas e feias a gritarem umas às outras no meio da rua o quão bonito eu sou e que dava um bom marido para não sei quem e mais não sei o quê, que entretanto aumentei o volume pois a música que ouvia era demasiado boa para desperdiçar, é sublime. A sério, é espectacular soube-o hoje. E não podiam ter parado logo ali. Não. Um piropo ou outro não lhes foi suficiente. Vais até ao fim da outra rua a ouvir-nos que te lixas, chuchu. E lá fui eu, com quase vinte gajas horríveis a falarem sobre mim com o tom de voz no máximo nas minhas costas. Ainda por cima a rua era a descer o que facilitou a vida às coxas que assim puderam acompanhar o passo das não-coxas, não ocorrendo a oportuna situação do resto do grupo ter de ficar à espera de uma ou outra mais lenta, o que me teria permitido uns bons metros de avanço. Desconfortável e espectacular, portanto.

Esta merda podia-me acontecer noutro lugar qualquer e com mais estilo, na Rua da Atalaia à porta da Face Models por exemplo. Mas não, fica lá com as da associação de paralisia cerebral e desenrasca-te.

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