sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Será possível escrever um texto completamente focado no Maniche e sobre o quão texugo e incompetente esse anormal está? Concentrar-me apenas no jogo deprimente de ontem frente a um também cabisbaixo Glasgow Rangers? Claro que é seus frutinhas do caralho, se não evitava-se logo esta introdução toda cheia de pertinácia dos pés à cabeça, não era? Diga-me, Paulo Sérgio: como é possível? Como é possível ver o mesmo jogo que eu, de tão mais perto e em posição tão mais privilegiada e não ter o bom-senso de substituir o Maniche? Eu já nem digo por outro jogador, que no banco não abunda qualidade, podia ser por outra coisa qualquer. Um estendal, por exemplo. Quando faz muito vento os estendais tendem a deslocar-se de um lado para o outro e às vezes bastante rápido até. Ao Maniche não há rajada que o faça mexer. Acredito que um cheque-brinde do Chimarrão o faça acelerar o passo mas envergar a camisola do Sporting e ter uma bola nos pés nem por isso. Como é possível um jogador em tão má forma ser titular quando até o Fernando Mendes se mexe mais e com mais vigor no caminho entre a Grande Roda e a zona de catering do Preço Certo em Euros? Como é possível ainda ninguém ter reparado que o Djaló não é jogador de futebol? Poderá dar um excelente estafeta, quem sabe empregado do mês num McDonalds qualquer, ou até um bom zé-ninguém no gang lá do bairro mas jogador de futebol está visto que não. Olhe, Paulo Sérgio, vou contar uma história que talvez o ilumine sobre o quão mau o Djaló é: andava eu na escola e certa vez caí de um muro e fiz uma ferida no joelho. Passado uns tempos a ferida sarou mas fez uma crosta feiazinha. Como qualquer garoto, arranquei-a e atirei-a para o chão. Enquanto a crosta ficou por ali no chão e meio ensanguentada, pus-me, sabe-se lá porquê, a coser umas bonitas chuteiras em miniatura. Qual Dr. Frankenstein, coloquei as chuteirinhas na crosta que convenientemente tinha dois prolongamentos que pareciam umas perninhas. Uns relâmpagos, correctamente direccionados na crosta através de um bonito sistema feito em papel-alumínio que ainda tinha da sanduíche do lanche, depois e voilà: a crosta ganhara vida! Fiz-lhe uma bolinha de papel e... segundo voilà! A crosta nojenta e equipada apenas com umas mini-chuteiras feitas por um garoto de 11 anos sem nada para fazer numa tarde de trovoada tornou-se o melhor jogador da escola. Chamei-lhe Carlão e viveu pouco mais de 5 minutos, talvez por ter utilizado como catalisador para a energia dos relâmpagos uns restos de Tulicreme agarrados ao papel-alumínio. Segundo um site da especialidade, esta época o Djaló jogou cerca de 1113 minutos e tem oito míseros golos marcados. O Carlão nos 5 minutos que viveu marcou vinte e ganhou sozinho o torneio da escola. Tudo isto sem engravidar a parola da turma nem pensar em nomes estúpidos para o rebento caso isso acontecesse. Dá que pensar, não é? Como uma simples crosta chamada Carlão numa história de merda que acabei de inventar é capaz de ser melhor que o Yannick que, infelizmente, é bastante mais real. Voltando ao Maniche, alguém que lhe entregue a gestão do Bingo e assim deixava de ocupar espaço no meio-campo, de falhar todas as recepções, passes e reposições defensivas e de ser a pior amostra possível daquilo que é um suposto sportinguista a jogar no "clube do coração". Podiam arranjar-se uns varões e umas dançarinas exóticas e assim sempre se justificava aquela cara e penteado de proxeneta falhado. É uma equipa de burros e desorientados, treinada por um incompetente, dirigida por uma amiba e com uma direcção bipolar. Eu próprio, enquanto via o jogo, não consegui conter o riso de tão ridículo que estava a ser quando na verdade o que sentia era uma enorme vontade de chorar. O jogo de ontem fez-me saber como se sentem as pessoas internadas no IPO quando ouvem uma anedota: podem até parecer felizes por fora enquanto riem mas a verdade é que estão a morrer por dentro. A diferença é que no meu caso não é assim tão literal. Dizer-se que ontem o Sporting jogou mal é uma ofensa para a época que o Portimonense está a fazer. Se o jogo de ontem fosse a etapa de Monte Carlo do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, o meu clube seria o Fiat Uno estacionado em segunda fila dum qualquer gajo sebento que não usa desodorizante e que aproveitou o evento para ganhar uns trocos a vender bifanas. E o pior? O pior é eu quase ceder e concordar com aqueles que dizem que o Rui Patrício no meio disto tudo ainda é o que se tem safado melhor. Acho que é aqui que eu me sento, reflicto e concluo que, tal como o meu clube, estou demasiado perto de bater no fundo. É deprimente e desolador quando no meio de tanta porcaria se chega ao ponto de sentir algum consolo em reflectir sobre o pedaço de merda da equipa que menos mal cheira e menos me incomodaria pisar. Estamos mal, Sporting, estamos mal.

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