domingo, 7 de fevereiro de 2010

Oh Susie Q

Hoje vi um filme de que gostei o suficiente para escrever sobre o dito. Também podia escrever sobre o Sherlock Holmes mas aí não seria já por ter gostado do filme mas sim por achar que o Guy Ritchie é um cagalhão cujo contributo para o mundo pode ser resumido em dois filmes de jeito e um filho com o brilhante nome de Rocco. Por outro lado, o facto da mãe do petiz com este excelso nome ser a D. Madonna não abona nada para os lados do Guy Ritchie que, provavelmente, usa o cinema como uma espécie de exercício catártico de toda a merda que não consegue cagar depois de comer muitas bananas da Madeira. Obrigado, se eu andasse a comer aquela carcaça durante não sei quantos anos e tivesse de aturar tudo o que é anormal que dorme à porta de estádios de futebol e não-sei-quê só para ver a Madonna a cantar e que a acha a maior artista pop de sempre e colecciona tudo o que é merda que diga Madonna e o caralho, também afogava as mágoas em quantidades elefantiacas de uma fruta insular qualquer. De preferência uma que não causasse obstipação mas, ainda assim, eu compreendo o porquê da quantidade de merda que o moço faz questão de realizar. O filme que vi chama-se Lovely Bones. A história é bastante originalzinha e o filme tem vários pontos de interesse, pelo menos para mim. Um que me agradou particularmente foi ver o Mark Wahlberg (ou Marky Mark para os amigos), que faz de pai da garota principal, com um corte de cabelo que tem escrito "fã dos The Animals" all over the place e que me fez lembrar o quão bom é ir ao meu barbeiro ouvir falar de caça, gajas, política, coisas da vida e cenas do BBC Vida Selvagem sempre com o mesmo nível de sensibilidade. Não sei bem o que pensar sobre o Mark Whalberg; acho estranho como é que um só gajo tem alguns desempenhos mais que aceitáveis (se estivesse num mood simpático diria mesmo bons), outros nem tanto (para não perguntar "em que caralho estava ele a pensar quando fez o The Big Hit?") mas depois tem todo um passado musical incrivelmente rasco e ainda produz uma série nojenta chamada Entourage. Enfim. Outra coisa que o Lovely Bones tem muito gira são as cenas do paraíso ou purgatório ou lá que mundo é aquele em que a garota anda durante boa parte do filme, com muitas cores e efeitos visuais muito girinhos. No entanto, a cena em que aparece uma bola gigante de praia com as cores do arco-íris parece-me uma tentativa desavergonhada, e provavelmente ineficaz, de apelar ao público homossexual. É que mais para o fim do filme percebemos porque é que a tal bola gigante de praia aparece e como todos sabemos, os gays não gostam de futebol nem nada dessas coisas. Gostam de malas de mão, de arcos-íris, de unicórnios e de grandes pilas africanas na boca. Agora de futebol não me parece. Quanto à mãe da garota, fico feliz por saber que a Rachel Weisz finalmente se cansou de caçar múmias e se dedicou à leitura e à costura. A Susan Sarandon também está bem mas fiquei aborrecido por não ter mostrado as mamas. Quer dizer, está bêbada o suficiente para beber o vinho de cozinha mas para mostrar as mamas já não, muito esperta. Deve ser como aquelas gajas que parecem muito bêbadas e fáceis e histéricas mas que depois vamos a ver e estão a beber cerveja por uma palhinha. O gajo que faz de mau também tem uma interpretação muito boa mas por outro lado tem um passatempo muito mau e ainda gostava de saber qual é o emprego do senhor. Tem casa, um carro, electrodomésticos e ferramentas várias mas nunca o vimos a mexer em dinheiro nem há qualquer referência a qualquer tipo de rendimentos. Muito estranho, não acha Sr. Vítor Constâncio? A imagem e cor do filme agradaram-me muito fazendo lembrar a cor de filmes mais antigos como o The Graduate, por exemplo. Falei neste porque sim, porque gosto e da música também, seus babacas. Ora, vejam o filme e atentem com muita cautela ao sobrinho do Tony Soprano que, por incrível que pareça, não snifa uma única merda durante todo o filme o que quer dizer que a reabilitação é possível e que nem tudo está perdido (Jel, força!) e que o mundo afinal até é um lugar assim-assim mesmo para uma garota morta acompanhada por uma asiática que na verdade me faz mais lembrar uma esquimó.

Bom: Fico contente por o Peter Jackson voltar com dois filmes que acho bastante bons (District 9, anyone?). Tirando a maluqueira à volta dos The Lord of the Rings, aquele King Kong fodeu tudo e nem o Jack Black ou a memória da Naomi Watts a comer a Laura Harring safaram aquela porcaria com o gorila gigante.

Mau: Era impossível porem o Stanley Tucci com um maior ar de cabrão depravado homicida, desde o cabelo passando pelo bigode e terminando nos óculos. Nem sei bem porque é que isto é mau, se calhar devia dizer que é bom e falar da caracterização mas para mim um cabrão depravado homicida é sempre um cabrão depravado homicida.

Sem comentários: