quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rave on

Se eu fosse um super-herói a minha habilidade tinha de estar relacionada com o poder e controlo da mente, ou algo assim. Primeiro, porque haveria uma natural ligação com as minhas sublimes capacidades intelectuais. Segundo, porque seria a maneira mais fiável de salvar o mundo das substituições do Carlos Queiroz e dos mentecaptos que escolheram os árbitros deste mundial de futebol. Esta auto-bajulação/constatação sobre coisas do mundial da FIFA serve para introduzir a premissa de que entretanto vi o filme Kick-Ass e até o achei engraçado. Não é espectacular mas tendo em conta que é um filme sobre garotos super-heróis até foi uma boa surpresa. Tal como o último filme de que aqui falei, este também tem o Nicolas Cage, a diferença é que neste a primeira vez que o vimos está aos tiros à filha. Eu acho que é um método de educação parental que já devia ter sido discutido há muito tempo. Se assim fosse, teria sido legítimo que os pais do Nuno Eiró o tivessem enchido de chumbo cada vez que o parvalhãozeco abria a boca. Dessa forma talvez as aspirações a vedeta se tivessem dissipado e não o teríamos na televisão a relembrar-nos que nem todos merecem o ar que respiram. Continuando. O filme é baseado num BD norte-americana com o mesmo nome, sobre um puto (Kick-Ass himself) que quer ser super-herói mas que na verdade não tem jeito nenhum para aquilo. E não tem mesmo, passa o filme a apanhar pancada qual Tina Turner enquanto era casada com o Ike. Aparecem depois mais uns heróis e uns vilões e a história é já conhecida: garoto obcecado por mamas, BD, super-heróis, garota, problemas, vilões, pancada, gente morta, reviravolta, mais pancada e tudo acaba bem. As cenas de pancadaria estão sangrentas e violentas o suficiente para não serem monótonas e o facto de serem adolescentes normais que não têm quaisquer poderes e que gostam de Gnarls Barkley só vem demonstrar que qualquer um pode ser herói, até a garotada com um gosto musical duvidoso. Obviamente que há fatos e armas e capas de super-herói que os protegem e dão estilo mas isso não parece ser razão para todos se salvarem. Pelo menos o Nicolas Cage não tem essa sorte e acaba o filme todo queimado. Mas só por fora, não é como o cérebro da Alexandra Solnado. A penúltima cena (salvo erro) tem uma miúda/super-heroína toda maluca e com problemas de interacção mais que latentes, aos pulos e piruetas a destruir meio-mundo ao tiro e à facada. Aponta quase sempre para a cara e acerta sempre em cheio, nunca falha. Um bocado ao estilo do Moutinho a marcar penalties mas ao contrário. Nessa cena torna-se ainda claro que a tecnologia de insonorização utilizada nos edifícios norte-americanos está a anos de luz da que foi aplicada no meu prédio. Enquanto a garota faz uma barulheira desgraçada a combater os maus (e isto sem falar no tiro de bazuca que é disparado) não aparece um único vizinho a queixar-se; enquanto eu vi o filme (e até ao momento em que escrevo este bonito conjunto de palavras) tive de levar com a chiadeira e ganidos dum cão qualquer lá fora.

Bom: A cena filmada como se fosse um first-person shooter está gira; ao longo do filme aparecem dois pares de mamas sim-senhor; surpreendeu-me a violência do filme. Isto é bom porque não estava à espera e sempre torna o filme mais animado, às vezes a tentar roçar os Kill Bill.

Mau: O cão a ganir lá fora; a personagem principal é um super-herói de merda; o cabelo do Red Mist; eu sei que existe em todos os filmes mas a publicidade neste é demasiado óbvia e sem vergonha; achei parva a actividade de voluntariado da namorada do Kick-Ass, o único auxílio que me vejo a prestar a um toxicodependente era se o visse a ser atropelado ajudar depois a descola-lo dos pneus. Odeio ver pneus sujos.

Sem comentários: